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Neurociência aplicada à educação: transforme seu método de ensino!

Neurociencia aplicada à educaçai.

A neurociência tem se aproximado cada vez mais da educação, transformando profundamente a maneira como compreendemos o processo de aprendizagem. Para que os estudantes aprendam de forma eficaz, é essencial entender como o cérebro funciona. Afinal, aprender significa criar, fortalecer ou modificar conexões entre neurônios — as sinapses — e esse processo só acontece graças à plasticidade cerebral, que representa a capacidade do cérebro de se adaptar ao longo da vida.

Como cada cérebro é único e se molda a partir dos estímulos recebidos desde o nascimento, não existe uma única forma de aprender. Por isso, ao aplicar estratégias diversificadas em sala de aula, os educadores conseguem atender a diferentes perfis, promovendo uma aprendizagem mais inclusiva e eficaz.

Neste artigo, você conhecerá conceitos fundamentais da neurociência que explicam como o cérebro aprende e descobrirá como aplicar esse conhecimento na prática pedagógica.

O que é neurociência?

É a combinação de conhecimentos de biologia, química, psicologia, medicina e outras ciências para estudar o sistema nervoso, especialmente o cérebro. Ao explorar desde os mecanismos moleculares e celulares até os sistemas complexos que controlam o comportamento, a neurociência busca entender o funcionamento, o desenvolvimento e as possíveis alterações do cérebro em decorrência de doenças ou lesões.

De maneira prática, a neurociência oferece suporte a várias áreas da medicina e da ciência. Ela nos permite entender os fundamentos biológicos do comportamento, das emoções e das funções cognitivas — como percebemos o mundo, como aprendemos e como lembramos ou esquecemos. À medida que os neurocientistas desvendam esses processos, desenvolvem estratégias para tratar doenças neurológicas, melhorar a saúde mental e otimizar o aprendizado.

Nos últimos anos, os avanços nessa área trouxeram uma compreensão mais profunda sobre o funcionamento cerebral e os impactos dos fatores externos nesse processo. Consequentemente, essas descobertas influenciaram positivamente a educação, permitindo o desenvolvimento de métodos de ensino mais eficazes e personalizados. Ao aplicar os princípios da neurociência na prática educacional, os profissionais da área tornam o aprendizado não apenas mais eficiente, mas também mais prazeroso e motivador para os alunos.

Como o cérebro aprende: mecanismos e processos

O cérebro aprende por meio de um processo complexo, que envolve diversas etapas. Primeiramente, os sentidos captam as informações, que são processadas pelo córtex sensorial. Em seguida, o cérebro integra e interpreta essas informações, formando representações mentais dos estímulos e do ambiente — uma etapa fundamental para a construção do conhecimento.

Após essa percepção inicial, o cérebro codifica as informações na memória. Durante essa fase, ele transforma os estímulos sensoriais em formatos armazenáveis, ativando áreas como o hipocampo, responsável por formar novas memórias. A eficácia dessa codificação depende de fatores como atenção, motivação e emoções.

Depois de codificar as informações, o cérebro as armazena na memória de curto ou longo prazo. A memória de curto prazo (ou de trabalho) permite manter informações por alguns segundos ou minutos, enquanto a memória de longo prazo guarda conteúdos por muito mais tempo. A consolidação, ou seja, a transição da memória de curto prazo para a de longo prazo, ocorre principalmente durante o sono e a repetição.

Neuroplasticidade: a capacidade do cérebro de se reorganizar

A neuroplasticidade permite ao cérebro se reorganizar e formar novas conexões neurais continuamente. Assim, ele se adapta a novas experiências, aprende novas habilidades e se recupera de lesões. Podendo ser: 

Estrutural: quando ocorrem mudanças físicas, como o crescimento de dendritos e axônios 

ou 

Funcional: quando o cérebro realoca funções de áreas danificadas para outras intactas. 

Ambas são fundamentais para o aprendizado, pois garantem que o cérebro permaneça flexível e responsivo.

Embora essa capacidade seja mais intensa na infância e adolescência, ela continua ativa ao longo da vida. Por isso, educadores que compreendem e utilizam a neuroplasticidade conseguem desenvolver métodos de ensino que estimulam o aprendizado contínuo, adaptável e eficaz em qualquer fase da vida.

A relação entre emoções e aprendizado

As emoções exercem forte influência sobre o processo de aprendizagem. Quando nos envolvemos emocionalmente em uma atividade, o cérebro libera neurotransmissores como dopamina e noradrenalina. Esses elementos aumentam nossa atenção, engajamento e motivação, além de facilitar a fixação das memórias.

Emoções positivas, como alegria e interesse, potencializam o aprendizado, tornando-o mais agradável e eficaz. Estudantes entusiasmados tendem a se dedicar mais, resultando em retenção mais duradoura do conteúdo. Ao mesmo tempo, essas emoções reduzem os níveis de estresse e ansiedade.

Por outro lado, emoções negativas, como medo e tensão, prejudicam a aprendizagem. O estresse crônico, por exemplo, eleva a liberação de cortisol, o que pode comprometer a formação de memórias e até causar alterações estruturais no cérebro. Portanto, ao promover ambientes acolhedores e emocionalmente seguros, os educadores favorecem significativamente o desempenho dos alunos.

A importância da personalização no aprendizado

Cada aluno aprende de maneira diferente, influenciado por fatores biológicos, psicológicos e sociais. Por isso, ao personalizar o ensino, os educadores aumentam a efetividade da aprendizagem e tornam o conteúdo mais relevante.

A personalização pode ocorrer por meio da diferenciação de conteúdos, do uso de tecnologias educacionais e da adaptação de metodologias. Ferramentas digitais, como plataformas adaptativas, ajustam o conteúdo conforme o desempenho dos alunos, oferecendo feedbacks em tempo real. Além disso, abordagens como projetos, ensino colaborativo e instrução individualizada ampliam as possibilidades de engajamento.

Como resultado, os estudantes se sentem valorizados, se motivam mais e persistem diante de desafios. Ao reconhecer essas singularidades, os professores conseguem criar ambientes mais inclusivos e eficazes para todos.

Memória e seus tipos: sensorial, curto e longo prazo, declarativa e não declarativa

A memória permite armazenar, recuperar e utilizar informações — sendo, portanto, essencial ao aprendizado.

Memória sensorial: retém estímulos por frações de segundo, ajudando na percepção contínua do ambiente.

Memória de curto prazo: mantém informações por alguns segundos ou minutos e apoia tarefas como resolução de problemas e decisões rápidas. 


Memória de longo prazo: guarda conteúdos por períodos mais extensos e se divide em: 

  • Declarativa (fatos e eventos)
  • Não declarativa (habilidades e hábitos automatizados).

Ao entender essas variações e interações da memória, é possível elaborar estratégias de ensino mais eficazes, que favorecem tanto a retenção quanto a recuperação das informações.

Neurociência aplicada à educação

Ao utilizar neurociência aplicada à educação, os professores transformam práticas pedagógicas com base em evidências científicas. Eles conseguem desenvolver estratégias que aumentam a atenção, a motivação e a retenção dos conteúdos, ao mesmo tempo em que promovem o bem-estar emocional dos alunos.

A consolidação da memória, por exemplo, pode ser fortalecida com práticas distribuídas e testes de recuperação. Já métodos que aumentam a plasticidade cerebral, como jogos educativos e recursos multimodais, envolvem diferentes sentidos e estilos de aprendizagem.

Além disso, ambientes emocionalmente positivos e com baixo nível de estresse — sustentados por atividades como mindfulness e suporte socioemocional — favorecem significativamente a aprendizagem. Portanto, ao integrar essas estratégias, é possível criar experiências mais significativas, prazerosas e duradouras. 

Veja algumas estratégias de ensino baseadas em neurociência: 

Prática espaçada 

Essa prática consiste em distribuir as sessões de estudo ao longo do tempo em vez de concentrá-las em um único período. Com essa abordagem, os professores aproveitam o processo de consolidação da memória, reforçando as informações e facilitando o armazenamento na memória de longo prazo de forma mais eficaz.

Como aplicar: 

  • Planeje revisões semanais dos conteúdos já ensinados, intercalando com novos aprendizados.
  • Oriente o uso de cronogramas ou aplicativos de estudo, como Notion ou Google Agenda, para distribuir as revisões ao longo do tempo.
  • Realize quizzes ou jogos de perguntas sobre conteúdos anteriores antes de iniciar novos temas.
  • Adote a revisão em espiral, retomando conceitos já ensinados em novos contextos e com maior profundidade.
  • Forme grupos de estudo periódicos, incentivando os alunos a revisarem juntos os conteúdos passados.

Testes de recuperação 

Ao testar os alunos regularmente sobre o conteúdo aprendido, os educadores não apenas avaliam o conhecimento, mas também fortalecem a memória. Isso ocorre porque o ato de recuperar informações contribui diretamente para a consolidação e retenção. Como benefício adicional, os testes de recuperação ajudam os alunos a identificar lacunas em seu conhecimento e, assim, direcionar seus esforços de estudo de maneira mais eficiente.

Como aplicar: 

  • Aplique testes curtos com frequência, em vez de uma única avaliação ao final do conteúdo.
  • Use perguntas abertas, múltipla escolha ou quiz digital (Kahoot, Google Forms, etc.) para estimular a recuperação ativa.
  • Evite dar a resposta imediatamente; incentive os alunos a refletirem antes de conferir o gabarito. 
  • Inclua revisões rápidas no início das aulas, com base no conteúdo já estudado anteriormente.
  • Realize atividades de “recall” em grupo, como disputas entre equipes para responder perguntas.
  • Forneça feedback imediato, destacando acertos, erros e explicações, para reforçar o aprendizado.
  • Estimule o autoquestionamento, orientando os alunos a criarem e responderem suas próprias perguntas de revisão.

Aprendizado ativo

Esta prática coloca os alunos no centro do processo educacional. Professores que adotam essa estratégia envolvem os estudantes em atividades práticas, discussões em grupo e resolução de problemas. Com isso, estimulam a atenção e a motivação, além de promoverem a formação de conexões neurais mais sólidas. Ao integrar essas práticas ao cotidiano escolar, os educadores criam ambientes de aprendizado mais dinâmicos, interativos e eficazes.

Como aplicar:

  • Inclua atividades práticas durante as aulas, como experimentos, simulações ou exercícios com aplicação real.
  • Promova discussões em grupo, incentivando os alunos a compartilhar ideias, argumentar e construir conhecimento coletivamente.
  • Use metodologias ativas, como sala de aula invertida, aprendizagem baseada em problemas (PBL) ou estudos de caso.
  • Divida a turma em equipes para resolver desafios, estimulando a colaboração e a autonomia.
  • Proponha projetos interdisciplinares, nos quais os alunos possam aplicar conteúdos em contextos reais.
  • Incentive a participação ativa com perguntas abertas, debates e rodas de conversa sobre o tema da aula.
  • Utilize recursos digitais interativos, como jogos educativos, plataformas colaborativas e quizzes em tempo real.
  • Crie momentos de reflexão, para que os alunos analisem o que aprenderam, como aprenderam e onde podem melhorar.

Participe da Semana da Educação! 

Quer aprofundar seus conhecimentos sobre neurociência e outros temas fundamentais da educação? Então não perca a Semana da Educação da Faculdade Famart! Durante uma semana inteira, você terá acesso a conteúdos exclusivos e uma palestra especial sobre neurociência aplicada à educação, que vai transformar sua forma de ensinar e aprender.

 

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